O PALÁCIO DAS ÁGUIAS
O imponente prédio conhecido hoje como Palácio das Águias, data da segunda metade do século XIX, construído sobre a estrutura do que originalmente era um antiga pousada de tropeiros, de propriedade de Alfredo Duarte e Manoel Duarte. Em 1903, a família Soares adquiriu o casarão e realizou uma grande e suntuosa reforma, mandando vir de Portugal dois reconhecidos mestres de obra.
O Palácio sofreu adequações na sua estrutura arquitetônica, com a incorporação de um anexo ao lado esquerdo do porto e fachadas ecléticas. A construção de um só pavimento, apoiada sobre uma estrutura de porão alto, está disposta no terreno de maneira a revelar as suas quatro fachadas, Com destaque na parte superior da fachada oeste, duas águias foram posicionadas por Simão Soares em homenagem ao nascimento de seus dois filhos. A construção contou com telhas de Marselha, madeiras de pinho originárias de Riga, na Lituânia, mármore de Carrara nas escadarias da entrada e vitrais franceses. Todos os materiais importados foram desembarcados no porto da Barra.
A parte social do casarão dispunha de uma ampla sala de visitas, com piso em marchetaria e janelas decoradas com vitrais, por onde era possível se contemplar o rio Itapemirim, o Trapiche, e os vagões de trem, abarrotados de mercadorias para serem descarregadas no armazém e despachadas para a Corte e outros portos. O mobiliário do salão contava com um jogo de cadeiras em cerejeira rosa, forradas com veludo bege de flores de lis azul marinho, com destaque para as namoradeiras e os longos aparadores de bibelôs e plantas ornamentais. Os sofás e as poltronas eram de couro marrom, sempre lustrosos e com cheirinho de óleo de peroba. Um piano de cauda decorava o canto direito da sala, com um imenso quadro intitulado "O sol da meia noite". Na mesa de canto, sempre posta com toalhas da Ilha da Madeira, a louça inglesa dos lanches, nunca deixava de dar destaque ao bule de porcelana com seu delicioso aroma de café, pilado no porão do Palácio pelas mãos hábeis dos empregados da casa.
No salão principal do Palácio das Águias era comum a degustação de um cafezinho com biscoitinhos de araruta, com a presença de empresários e de personalidades políticas como o Senador Atílio Vivacqua, General Punaro Bley, Ataliba Carvalho de Brito (dono da Usina Paineiras), Deputado Raimundo Andrade, Dr.Luiz Palma Lima e o Governador Lacerda de Aguiarenquanto. A agenda política e econômica do sul do Estado do Espirito Santo era traçada naquele salão, quase sempre centrada no foco primordial de um aprimoramento do serviço portuário da Barra do Itapemirim.
O corredor central do Palácio dava acesso a todos os cômodos, construídos com passagens entre um e outro. Cada cômodo era pintado de uma cor diferente, e decorados a meia parede com motivos florais, separados por uma moldura de madeira que fazia a divisão com a parte de cima da parede, sempre pintada em uma só cor. No casarão, as diferentes cores dos cômodos, serviam de referencia para ir-se ao quarto verde, ao amarelo, ou ao rosa
O salão de convivências, ao fundo, dava para uma ampla varanda de onde era possível de vislumbrar a foz do rio Itapemirim, a Ilha da Itaputera (em tupi pedra do meio), a Ilha Branca, também conhecida como Ilha do Farol, e o mar que ao longe se encontrava com o céu. Era dessa varanda que Simão Soares e seus descendentes, com a ajuda de uma velha luneta, acompanhavam o entra e sai dos navios e embarcações na Barra do Itapemirim. Por trás de sua luneta, Simão sonhava com o futuro que prometia fervilhar a vida econômica da região.
Na área interna de serviço, a cozinha contava com um grande fogão a lenha, e uma ampla mesa com largos bancos em madeira, Ali os empregados do casarão faziam suas refeições, onde um grande filtro de água da marca Fiel, com talha em barro, mantinha a água sempre fresquinha. Prateleiras exibiam panelas, caldeirões, conchas e tabuleiros de ferro sempre reluzentes, fruto do trabalho diário das mulheres que também lavavam toda a roupa da casa, ao redor de uma cacimba próxima ao Palácio, No interior do Palácio, era comum ouvir essas mulheres cantando no mesmo ritmo em que batiam as roupas nas pedras ...“ Mas cadê meu lenço branco / que lhe dei para lavar / madrugada madrugou e o sereno serenou/....não tenho culpa do que se passou / veio a chuva muito forte / e o lenço carregou...”
Como era comum na época de sua construção e reforma, apesar das grandes dimensões do Palácio, havia um só banheiro, próximo a cozinha, com uma banheira em metal e pés pata de leão.
O PORTO DA BARRA DO
ITAPEMIRIM
Em 1771, quando os índios
puris atacaram as minas de Castelo, seus moradores buscaram refúgio na foz do
rio Itapemirim, e fundaram a freguesia de Nossa Senhora do Patrocínio,
atualmente denominada Barra do Itapemirim. Devido a segurança oferecida pelo
ancoradouro interno às pequenas embarcações, o progresso se instalou em ritmo
acelerado na região.
Pelo Porto da Barra entraram os homens e as máquinas, o progresso e a civilização, a cultura e a arte. Tudo o que representava o futuro entrou por esse porto, até mesmo os vagões e trilhos da Estrada de Ferro Cachoeiro. Por esse Porto saiu também toda a produção de açúcar, aguardente e café, que já em 1852 era superior a cem mil arrobas por ano, isto é, cerca de mil e quinhentas toneladas!
Foi em 1883, que Simão
Rodrigues Soares inaugurou o transporte a vapor com o rebocador São Simão e o
novo Trapiche da Barra. Soares e Stein possuíam a mais bem montada oficina
mecânica do Estado, com estaleiros e uma
fábrica de máquinas a vapor.
Segundo relatos do senhor
Simão Soares, as tropas que vinham de Minas viajavam durante meses, e chegavam
a Barra trazendo fumo em rolo e toicinho de fumeiro, para levar de volta sal e
querosene.
Em 1901, o engenheiro
Emílio Stein utilizou pela primeira vez a energia elétrica para iluminar sua
oficina, assim como o Trapiche Novo, totalmente remodelado em sociedade com
Luiz Soares, e algumas residências no entorno do Porto da Barra. Naquela época,
a energia elétrica era gerada por um dínamo movido à vapor.
Três anos após o final da
Primeira Grande Guerra, os filhos de Luiz Soares, João Soares, mais conhecido
com o Joca, e seu irmão José Marques Soares,
fundaram no dia 12 de maio de 1921, a firma Soares & Irmão. A
empresa criada com a intenção de dar continuidade a tradição comercial dos seus
antepassados.
Durante o todo o período
de recuperação econômica que marcou o pós-guerra, Itapemirim viveu dias de
grandeza e fastígio. Era por mar que chegava a riqueza e o progresso da região,
e por onde toda a produção agrícola regional era escoada. O incomensurável mar era
como uma estrada natural, aberta em sua imensidão rumo a prosperidade do mundo
moderno. Pelo Porto da Barra saiam centenas de milhares de sacas do precioso
ouro verde. Por ali comercializavam-se os gêneros essenciais que abasteciam
cidades distantes. principalmente as sulinas. Por pelo porto da Barra, com seu
esplendor natural, oceânico e secular, que também entraram os trilhos da Estrada
de Ferro Itapemirim.
O RIO ITAPEMIRIM
O rio Itapemirim foi, sem sombra
de dúvida, um dos elementos mais importantes dentro do contexto da ocupação e
do desenvolvimento econômico do sul do Espírito Santo. Foi o elo comercial entre
o interior e o litoral, e funcionava até as primeiras décadas do século XX,
como uma estrada fluvial, Pelo Rio Itapemirim era escoada a produção de gêneros
agrícolas como café, cebola, seda, algodão e também o açúcar, produzido nas
baixadas próximas à sua foz.
No entanto, o volume fluvial
sempre foi um problema para a navegação no Itapemirim. O nível médio de suas
águas só permitia o trânsito de embarcações pequenas, e muitas vezes, em épocas
de estiagem, nem com pequeno barcos era
possível navegar. Na barra do Rio Itapemirim as marés matinais chegavam a
atingir até doze palmos de profundidade, e nas marés pequenas não passavam de
dez a oito palmos. Por isso, as embarcações de maior calado não conseguiam
atravessar a barra e precisavam ficar ancoradas ao largo da costa. A carga e
descarga de mercadorias e produtos dessas embarcações eram feitas com a ajuda
de saveiros e de chatas.
Um grande volume de insumos
agrícolas, produzidos no interior do sul do estado, descia o trecho navegável
do rio Itapemirim até o mar, para daí ser transportado para a Corte, no Rio de
Janeiro. Com uma posição geográfica privilegiada, situada entre a Capital da
Província e a Corte, a barra do Itapemirim contribuiu decisivamente para a
prosperidade cada vez maior da região, onde a exuberância do solo e o valor e a
qualidade da mão-de-obra eram incontestáveis. O rio Itapemirim converteu-se no
escoadouro natural dos produtos da região, e também transformou-se em uma via
de acesso para a entrada de emigrantes e de importações necessárias aos centros
progressistas do sul capixaba.
Porta de saída dos
produtos da terra, e de entrada dos primeiros colonizadores do sul capixaba, a
ocupação humana ao longo do vale do Itapemirim provocou a retirada desordenada da
mata ciliar do leito do rio Itapemirim, o que contribuiu para o seu gradual
assoreamento, e comprometimento irremediável de sua navegabilidade.
O TRAPICHE
O Trapiche do porto da
Barra do Itapemirim, hoje incorporada ao município de Marataízes, foi obra e
propriedade do Barão de Itapemirim, que gerenciava o negócio junto com seu filho
Joaquim Marcelino.
Sem interesse de continuar
com o Trapiche, o Barão decidiu vende-lo para Manoel Ferreira Braga Martins,
que já trabalhava para ele como guarda livros no armazém, No ato da compra, o
novo proprietário constituiu sociedade com Simão Rodrigues Soares, e que mais
tarde se tornou seu único dono. As instalações do Trapiche constituíam-se de
dois edifícios com diferentes funções. O primeiro, no térreo, destinado à armazenagem
e à administração, era marcado por portas e janelas sobrepostas. O segundo,
junto ao rio, destinava-se a armazenar e a embarcar as mercadorias.
Foi em 1883, que Simão
inaugurou o transporte a vapor com o rebocador São Simão. Nessa época, as
instalações do novo Trapiche abrigavam uma oficina naval, com estaleiro e uma fabrica
de motores a vapor, considerada como a mais moderna e bem montada de todo o
Espirito Santo. Também funcionava no Trapiche um escritório de alfândega, que
controlava o fluxo dos vapores que subiam e desciam o rio Itapemirim, com
transporte de café, açúcar e outros gêneros agrícolas.
No período compreendido
entre 1860 e 1883, o porto da Barra funcionava como um escoadouro natural dos
produtos da região, assim como de porta de entrada dos primeiros colonizadores
do nosso Estado. O Trapiche abrigava toda a produção de açúcar, aguardente e
café, que em 1852, chegou a superar as cem mil arrobas por ano, o equivalente
hoje a mil e quinhentas toneladas. Depois de enfrentar meses de viagem, as
tropas vindas das Minas Gerais chegavam ao Trapiche trazendo fumo em rolo e
toucinho de fumeiro, para na volta levarem carregamentos de sal e querosene.
No início do século XX o
rio Itapemirim perdeu profundidade, o café sofreu grande queda de
preço e o Espirito Santo foi vítima de prolongada seca, fatores decisivos para
a crise e o desaparecimento das companhias de navegação fluvial no Rio
Itapemirim. Mas, foi a construção da estrada de Ferro Vitória-Cachoeiro-Rio o
principal fator para a decadência e o abandono do Trapiche. A partir daí, o
edifício passou por um contínuo processo de deterioração.
A estrutura do antigo
armazém manteve-se em condições de recuperação até 1988, quando um incêndio
destruiu a maior parte do prédio, que apresenta características arquitetônicas
de influência eclética do final do século XIX.
AS FERROVIAS DE ITAPEMIRIM
A integração do porto da
Barra com a ferrovia foi concluída em 1886, quando por aqui chegaram as primeiras
locomotivas desmontadas, vagões e trilhos da antiga Estrada de Ferro
Caravellas, a primeira do Espírito Santo. A ferrovia ligava Cachoeiro do Itapemirim a
Pombal com um ramal para Castelo, partindo de Mathozinhos (Coutinho).
Com a inauguração da Usina
Paineiras, durante o governo de Jerônimo Monteiro, foi construída uma pequena
estrada de ferro elétrica, com bitola de 60 cm, para transportar cana dos
canaviais até a usina. No final dos anos 30, as locomotivas elétricas da usina foram
substituídas por três locomotivas a vapor vindas de Anchieta, depois da desativação
da estrada de ferro de Benevente a Alfredo Chaves, também com bitola de 60 cm,
e pertencente ao governo do estado.
Em novembro de 1918, o
então presidente do estado do Espirito Santo, Bernardino Monteiro, bateu a
estaca inicial da estrada de ferro Itapemirim, sendo o primeiro trecho, entre
Paineiras e Barra, inaugurado em 1924. Em 1929, o primeiro comboio saindo de Paineiras chegou a Cachoeiro, completando
a ligação entre a Barra e Cachoeiro do Itapemirim.
Todo o material utilizado
na construção da ferrovia, tanto suas locomotivas (a exceção da nº 1) e
até os trilhos, foram materiais adquiridos
de segunda mão. Só posteriormente a ferrovia adquiriu vagões e plataformas novas
para o transporte de cana.
A ferrovia Itapemirim
possuía vários desvios para a armazenagem e o recolhimento de cargas. A pequena
ferrovia com bitola de 60 cm funcionou independente da estrada de ferro Itapemirim,
até sua erradicação, em data ignorada.
A locomotiva que hoje fica
exposta diante da Usina Paineiras, é uma
das locomotivas que vieram da Benevente, e não a Nº 1 da Estrada de Ferro Itapemirim,
como muitos imaginam. Um pequeno ramal
partia de Paineiras, na Estrada de Ferro Litoral (ligando Paineiras a Vitória),
cujos trilhos foram projetados para chegar somente até Rio Novo. A
terraplanagem, no entanto, seguiu até Jabaquara, sendo em parte aproveitada
pela construção da BR 101.
Nos anais da Assembleia
Legislativa da Vila de Itapemirim, referentes ao ano de 1935, consta que a EFI
era uma ferrovia lucrativa, apesar do estado precário de sua via permanente. Mas
a concorrência com o transporte rodoviário, desinteresse do estado na sua
manutenção, o sucateamento das locomotivas e vagões, e o “estímulo” crescente do
governo federal para a erradicação de ferrovias de pequena extensão, acabaram
por selar sua desativação, no final dos anos 50. Todas as oito locomotivas da
ferrovia, seus vagões e trilhos, foram cortados a maçarico e vendidos como
ferro velho. Se ainda existisse, a EFI seria hoje uma mina de ouro para o
turismo da região.
ESTRADA DE FERRO ITAPEMIRIM
– PREÇOS E HORÁRIOS
GUIA LEVI DE NOVEMBRO DE 1938
VALORES EM MIL RÉIS (1$000) PARTINDO DE CACHOEIRO
KM PRIMEIRA SEGUNDA ESTAÇÃO SEG/TER/QUIN/SAB QUAR/SEX
DOM
0 7$200 4$600 MARATAÍZES 6:00 6:00 16:00
4 6$600 4$200 BARRA 6:11 6:15 16:11
7 6$300 4$000 VILA 6:20 6:28 16:20
CAPELA DE NOSSA SENHORA DOS NAVEGANTES
A construção da Capela de Nossa
Senhora dos Navegantes teve inicio em 1855, pelas mãos do frade capuchinho
Paulo Casanova, auxiliado com as contribuições de um pequeno grupo de fiéis.
Apesar de todos os esforços da comunidade para a conclusão da obra, os
trabalhos acabaram sendo interrompidos pela falta de recursos financeiros.
É apenas em 1870, que os
trabalhos de construção da capela serão retomados, dirigidos e fiscalizados, desta vez, por Simão Rodrigues Soares. O empresário foi
ajudado na época pelos capitães de navios que aportavam no porto da Barra. As
pedras usadas edificação da capela, eram trazidas como lastro das embarcações. Em
1886, o Bispado do Rio de Janeiro decidiu
conceder a permissão para a conclusão da capela, em virtude da dependência da
igreja capixaba à Mitra da Capital do Império. A sua benção e inauguração ocorreu
em 1887, sob a liturgia de Dom Pedro Maria Lacerda.
No dia 14 de novembro de 1889, dia
em que Simão Soares completava 60 anos, em ofício ao Senhor José Caetano
Rodrigues Horta, Presidente da Província do Espírito Santo, ele lavrou a doação
da capela da Barra do Itapemirim ao Governo da Republica Federativa dos Estados
Unidos do Brasil. A capela até então era de sua propriedade, para a qual
concorreu com mais de vinte contos de réis, um conto de réis do Governo
Provincial e algumas pequenas contribuições de particulares. Na ocasião, o
único pedido feito por Simão Soares no ato de sua doação, foi que a capela servisse
sempre sob a invocação da Virgem dos Navegantes, já que ele próprio era um
exímio navegador.
Templo sagrado de um sem fim de
matrimônios, batismos, missas fúnebres, primeiras comunhões, além das
celebrações e procissões que percorriam com fervor a região do Pontal da Barra,
a capela sempre foi vista como um signo de proteção do Porto. Considerado por
todos como um homem de fé, Simão Soares rogava que Nossa Senhora dos Navegantes
protegesse a todos os navegantes que singravam as águas dos nossos rios e
mares, e que nenhum mal viesse a acontecer. No teto da capela foi pintado um pequeno barco com três
tripulantes, no meio de um mar revolto, onde um deles, de joelhos, roga a
intercessão da Virgem dos Navegantes, que aparece no céu a protegê-los.
Contam os pescadores mais
antigos da cidade, que um dia um homem saiu sozinho para pescar e não voltou no
horário de costume. No dia seguinte, todos estavam olhando para o horizonte, à
beira da praia, na esperança de poder avistar sua embarcação. Já desesperados, seus
familiares temiam que o pior tivesse acontecido. Foi quando Simão Soares pediu
que começassem a tocar o sino da igreja sem parar. Um a um se revezava pelas
mãos cansadas, para que o pescador, caso perdido, pudesse se orientar pelo badalar
do sino. Após várias horas, um ponto foi avistado no horizonte. Era o pequeno
barco que voltava com seu dono, orientado pelo som abençoado do sino da capela.
Coisa da Virgem dos Navegantes!
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