justificativa












O painel fotográfico apresentado em  "Janela das Águias" não é apenas um retrato do Palácio, mas uma radiografia de sua alma no contexto orgânico do Porto da Barra. O complexo arquitetônico composto pelo Palácio das Águias, a Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes, as ruínas do antigo Trapiche, e o terminal ferroviário da Barra, assim como o entorno natural do Rio Itapemirim, com a geografia do porto da Barra, e de seus manguezais ricos em flora e fauna, compõem um mosaico mais amplo da exposição.  

Cada uma dessas construções, apresentadas como extensões naturais da vida do Palácio, amplia  o campo de reflexão sobre a importância de preservação do patrimônio arquitetônico, social e natural da região.  Pensar no Palácio sem o voo das garças, o apito dos navios a vapor pelo estuário do Itapemirim, ou as celebrações e procissões na Igreja dos Navegantes, seria artificializar sua própria existência. Tao pouco podemos esquecer-nos da pujança econômica  com  o aroma de café e de açúcar armazenados no Trapiche, ou do ruído do progresso com as  locomotivas a carvão no vai e vem efervescente do antigo terminal ferroviário da Barra.

É através dessa visão mais ampla do Palácio das Águias que a exposição deve ser compreendida como um instrumento educativo.  Em seu conjunto, ela deve servir de nexo e de ação motivadora para conteúdos pedagógicos da rede municipal de Ensino Fundamental. Tais conteúdos estarão dirigidos à recuperação e reconhecimento da memoria histórica da região, à compreensão da importância de preservação do patrimônio material e imaterial, e a uma renovação da conexão direta imagem e comportamento, através de elementos visuais dinâmicos, para a consolidação do conceito de cidadania e de uma fisionomia sócio cultural  renovadora.


É com base nessas premissas e fundamentos que a exposição fotográfica "Janela das Águias" contempla um direito conquistado pela Constituição de 1988.  Nos seus artigos 215 e 216.  foi assegurada a ampliação e o reconhecimento de bens culturais imateriais como parte do patrimônio, relevando a importância do saber,  em praticas culturais coletivas e aptas a garantir e a reforçar a identidade popular. 




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